Eu não sou realmente boa nesta coisa da blogosfera. Eu sei que fico meses e meses a fio sem vir aqui ao cantinho virtual dizer alguma coisa mas realmente eu avisei desde o inicio que não sou boa a comprometer-me. Não é que eu não tenha ideias. Às vezes não tenho tempo, outras vezes abro a página mas o diálogo não flui. Percebem? Às vezes é muito complicado colocar em palavras os pensamentos que correm a mil.
Este ano ainda nem sequer vos tinha escrito nada. E logo eu que tinha tanto para vos dizer.
O meu ano de 2016 foi estranho. Como todos os outros anos imagino. Teve altos e baixos como na vida de toda a gente mas o meu foi especialmente marcante por alguns motivos. O mais marcante de todos foi a perda de um ente muito mas mesmo muito querido. Aconteceu em Junho e apesar de já se ter passado quase um ano, é uma coisa que ainda é tão difícil de digerir. Parece que olhamos para todo o lado e a pessoa continua ali, sofremos quando nos acontece algo de importante e pensamos no quanto gostaríamos de compartilhar com essa pessoa.
Eu ainda não consegui superar porque ainda não fiz o luto à minha maneira colocando em palavras tudo aquilo que senti e muitas vezes continuo a sentir quando o coração aperta. Diz a sabedoria popular que não devemos estar sempre a evocar quem já partiu. Não o faço, luto contra a vontade de o fazer, mas às vezes fica dificil. Não se preocupem que não vos vou obrigar a ler nenhum texto de saudade nem de luto. Esta publicação é sobre positividades lembram-se? :)
No entanto, muitas vezes para chegarmos ao plano positivo temos que nos lembrar como chegamos até ali. De todos os altos e baixos que tivemos de passar.
Numa das minhas resoluções de 2017 eu escolhi que este seria um ano de Self Love. O que é isto de self love? Não o traduzam à letra, não será um ano de amor próprio porque graças a Deus eu não tenho nenhum constrangimento com a minha pessoa.
É no entanto, um ano em que escolhi valorizar-me em primeiro lugar. Saber dizer o "não" que tantas vezes nos custa dizer mas que não temos coragem de o fazer. É um ano em que vou colocar a minha felicidade em primeiro lugar, em que vou escolher primeiro o que me apetece fazer e o que me faz sentir bem e confortável. Não o confundam com egoísmo, narcisismo nem outros adjetivos menos simpáticos que acabam em "ismo".
Quantas vezes damos por nós a fazer coisas que nem nos sentimos tão confortáveis a fazer só para agradar alguém? Não me refiro a um relacionamento amoroso em que muitas vezes temos de ceder em algumas coisas em prol do bem comum. Refiro-me por exemplo, no trabalho quando não dizemos o tal "não" com medo de represálias mas que depois dão connosco a ficar retidas no escritório ou na fábrica mais três ou quatro horas por dia. Todos os dias.
Desde o inicio do ano que eu penso primeiro antes de tomar alguma decisão seja relativa ao que for. Será que me vou sentir bem se escolher isto ou aquilo? É muito importante estarmos bem com o que fazemos ou onde estamos. Mas não é nada fácil estar sempre focado no objectivo sabem?
E é por este motivo que decidi fazer esta publicação. Consoante os meses vão passando, temos tendência a esquecer aquelas resoluções que fazemos no final de cada ano. E foi isso que aconteceu comigo. De um momento para o outro, dei comigo a ter ataques de ansiedade frequentes.
Sabem aquela sensação de que o cérebro parece que incha dentro da vossa cabeça, não conseguem respirar, sentem pontadas no peito e só tem vontade de chorar? Aconteceu-me uma, duas, três, um número de vezes sem conta. A ansiedade assoberbava-me e dava-me vontade de me isolar do mundo, esconder-me de tudo. Principalmente de mim.
O meu problema com a ansiedade não eram nem as pessoas nem o meio à minha volta. O meu problema era (e sou ainda) eu própria. Às vezes exigimos de mais de nós próprios. Colocamos uma pressão surreal que nos condiciona, que nos faz duvidar das nossas capacidades. Não podemos deixar mais que isto aconteça, que tome conta de nós.
Eu precisei que fossem pessoas de fora do meu círculo a chamar-me à razão para que desse ouvidos. Sabem quando partilham as vossas preocupações com as vossas mães e elas dão-vos a opinião delas mas nós ignoramos por pensar que são nossas mães e que gostam de nós de qualquer jeito e nos querem ver bem de qualquer jeito também? Ouçam. Não façam ouvidos moucos como eu fiz.
Aprendam que ninguém é melhor do que vocês e que vocês também não são melhores do que ninguém mas se fizerem o vosso trabalho com amor e derem o melhor de vocês, esta tudo bem. Aprendam a ver para além de um dia mau. Porque eles existem e vão chegar de várias formas, mas temos que saber esperar pelo bom. Não vamos deixar que ansiedade nos consuma, vamos ter self love nesse sentido também.
Não imaginam o quanto é um alivio estar a partilhar estas palavras. O mais importante de tudo é sermos positivos. Porque pensamentos positivos atraem coisas positivas. Peço também que vejam a publicação que fiz em Maio do ano passado intitulada de "Do more of what makes you happy", a mensagem continua a ser tão poderosa.